domingo, 22 de junho de 2014
Esparso
Esparso
ao Cid Campeador, desterrado.
A céu aberto, é de mim que sinto falta
E de meu pai, que sou eu na juventude
E de minha mãe, que sou eu na solitude!
A céu aberto, é de brisa que sinto falta
E de nela, meu espalhar pelos cantos
E de seu Cante soprado no andar, Luz
que desterra melodias - a céu aberto!
Da solitude e da juventude de meu pai
e de minha mãe, evocantes, antes de tudo
serem apenas um, em mim!
Em mim que nunca fui, um que só
mas o muito que as brisas levam
neste corpo inteiro ou quase
miríades de olhos cerrados!
Semente alada no pó de um chão
nunca encontrado e que faz casa, num
azul límpido deste céu sempre aberto,
esparso!
Renan Rodrigues, 22 de junho de 2014
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