Reencontros (paideia erotica)
Tomando assento rente à beira
Um Eros branco acena com um
sorriso.
Sorri em mim, no corpo todo, todo
brando,
Sinais esquecidos, ressecados num
canto.
Sorri, e ouço dizer “leia”. “Ouça”, é o que leio
Neste sorriso enviado numa brisa
eriçadeira.
“O Cante que tem por terra sua pátria, mas
Que é dado ao correr de um fluxo
livre e solto
Um rio tranquilo que vai,
por cima, a tanger
Sonidos cristalinos, nas margens do
teu corpo”
Eros fecha os olhos e cessa de
sorrir
Sinto tocar-me os pés uma terra, e
lavar-me no peito
Águas claras, fibrosas torrentes,
superfície-cio,
O toque macio da pele úmida e a
nudez morna do rio.
Sorri, e sinto dizer “Sinta”. “Sinto” é o que digo
Neste sorriso, feito meu,
embebido na umidade divina.
“Embala-te aí, neste baile, fluir contínuo e sem data,
Pois que de tempo é feito o
desejo, e de rio encontros.
Até o esfacelo das areias e o
turbilhonar do líquido,
Retesa-te e faz-te homem, no rasteiro dos reencontros"
Renan Rodrigues, 04 de julho de 2014
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